Doenças neurológicas autoimunes
As doenças autoimunes do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), e do sistema nervoso periférico (nervos, junção do nervo com o músculo e músculos) são provocadas por alterações do sistema imunológico, que começa a funcionar de maneira inadequada, produzindo células, anticorpos e outras moléculas contra o próprio organismo.
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As principais doenças autoimunes do sistema nervoso central são Esclerose múltipla, Neuromielite óptica, Síndrome anti-MOG, Encefalomielite disseminada aguda (ADEM), vasculites primárias do sistema nervoso central, entre outras.
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As principais doenças autoimunes do sistema nervoso periférico são Polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória crônica (PIDC), Síndrome de Guillain- Barrè, Neuropatia motora multifocal, neuropatias vasculíticas, Miastenia gravis, Polimiosite, Dermatomiosite, Miosite por corpúsculo de inclusão, entre outras.
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Existem também doenças autoimunes que podem acometer tanto o sistema nervoso central, quanto periférico, como Lúpus eritematoso sistêmico, Artrite reumatoide, Síndrome de Sjogren, Sarcoidose, entre outras.
Sintomas
O paciente pode apresentar febre, dor de cabeça, náusea e vômito e se sentir cansado. Quando a doença é grave, pode causar convulsões.
A visão em um ou ambos os olhos pode ser perdida. Os músculos podem se tornar fracos e a coordenação pode ficar comprometida, dificultando o caminhar. Pode ocorrer, também, paralisia dos músculos. A sensibilidade pode ser perdida em partes do corpo, fazendo-o ficar dormente. A função mental incluindo pensamento, discernimento e aprendizagem pode ser afetada.
Não há como prever as consequências a longo prazo. A maioria dos pacientes pode se recuperar em dias. Dentro de 6 meses, a maioria se apresenta total ou quase totalmente recuperada. Outros pacientes podem permanecer prejudicados pelo resto de suas vidas. Os músculos podem permanecer fracos e áreas do corpo podem permanecer dormentes. Alguns não recuperam a visão ou a função mental.
Diagnóstico
O neurologista pode diagnosticar doenças neurológicas autoimunes com base em sintomas e resultados de um exame físico. Uma ressonância magnética também pode ser realizada.
Pode ser feita uma punção lombar para verificar se há meningite ou infecção no cérebro (encefalite). Podem ser feitos exames de sangue para verificar se há outros distúrbios que causam sintomas semelhantes.
Tratamento
É recomendado o início precoce do tratamento com imunossupressores, diminuindo o número de surtos e lesões, e prevenindo a progressão da incapacidade.
O tratamento deve ser individualizado, sendo escolhido o medicamento de acordo com a forma clínica da doença, sua evolução, número e gravidade dos surtos, achados em exame de imagem, perfil do paciente e disponibilidade do medicamento.
Nos casos de piora neurológica aguda, em que os sintomas duram mais de 24 horas, está indicado tratamento com corticoide endovenoso. Nos casos graves, refratários ao corticoide, pode-se utilizar plasmaférese ou imunoglobulina.
Os cuidados de reabilitação são essenciais para prevenir complicações secundárias da imobilidade e melhorar as habilidades funcionais.
Várias medidas como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e medicamentos (toxina botulínica, canabidiol, antidepressivos e ansiolíticos) podem ser usados no alívio e controle dos sintomas das doenças neurológicas autoimunes.

