Doença de Parkinson
- Natalia Dressler Camillo
- 16 de ago. de 2023
- 5 min de leitura

A doença de Parkinson é uma doença degenerativa e lentamente progressiva de áreas específicas do cérebro. É caracterizada pelo tremor quando os músculos estão em repouso (tremor de repouso), aumento no tônus muscular (rigidez), lentidão dos movimentos voluntários e dificuldade de manter o equilíbrio (instabilidade postural). Nos pacientes afetados, o pensamento torna-se comprometido ou desenvolve-se demência.
A doença de Parkinson é a segunda doença degenerativa mais comum do sistema nervoso central após a doença de Alzheimer. Ela afeta:
Cerca de 1 em 250 pessoas com 40 anos de idade ou mais
Cerca de 1 em 100 pessoas com 65 anos de idade ou mais
Cerca de 1 em 10 pessoas com 80 anos de idade ou mais
Sintomas da doença de Parkinson
Geralmente, a doença de Parkinson começa de modo assintomático e avança de forma gradual.
Os primeiros sintomas são
Tremores
Distúrbio dos movimentos do corpo
Sensação reduzida do olfato
Em algumas pessoas, o tremor nunca se desenvolve. Às vezes, o tremor fica menos evidente à medida que a doença progride e os músculos ficam mais rígidos.
Normalmente, a doença de Parkinson causa também os seguintes sintomas:
Rigidez: Os músculos ficam rígidos, tornando o movimento difícil. Quando o médico tenta flexionar o antebraço ou esticá-lo, o braço resiste ao ser movido e, quando isso ocorre, começa e para, como se fosse uma roda dentada (chamada rigidez da roda dentada).
Lentificação dos movimentos: Os movimentos ficam lentos e menores e são difíceis de iniciar. Assim, as pessoas tendem a se mover menos. Quando elas se movem menos, mover-se torna-se mais difícil porque as articulações tornam-se rígidas e os músculos enfraquecidos.
Dificuldade em manter o equilíbrio e a postura: A postura torna-se curvada, e é difícil manter o equilíbrio. Portanto, as pessoas tendem a tombar para a frente ou para trás. Como os movimentos são lentos, muitas vezes as pessoas não conseguem mexer as mãos com rapidez suficiente para amortecer uma queda.
Fica difícil caminhar, principalmente, para dar o primeiro passo. Depois de iniciado, as pessoas geralmente arrastam os pés, dão passos curtos, mantêm os braços dobrados na cintura e balançam pouco ou não balançam os braços. Ao andar, têm dificuldade de parar ou virar. Quando a doença está avançada, algumas pessoas param de andar de repente, porque sentem como se os pés estivessem colados no chão (chamado congelamento). Outras pessoas aceleram os passos de modo involuntário e gradual, e iniciam repentinamente uma corrida aos tropeções para evitar a queda. Este sintoma é chamado festinação.
A rigidez e a diminuição da mobilidade podem contribuir para dores musculares e fadiga. Ter músculos rígidos interfere com muitos movimentos: virar-se na cama, entrar ou sair de um carro e levantar-se de uma poltrona. As atividades diárias normais (como vestir-se, arrumar o cabelo, alimentar-se e escovar os dentes) levam mais tempo.
Como as pessoas frequentemente apresentam dificuldades em controlar os músculos pequenos das mãos, as atividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou apertar os laços dos sapatos, tornam-se cada vez mais difíceis. A maioria das pessoas com a doença de Parkinson tem uma escrita tremida e diminuta (micrografia), por ser difícil começar e manter o traço da caneta. As pessoas podem pensar erroneamente que esses sintomas são fraquezas. No entanto, força e sensibilidade geralmente são características da patologia.
A face fica menos expressiva (semelhante à máscara), porque os músculos faciais que controlam as expressões não se mexem tanto quanto normalmente o fariam. Essa falta de expressão pode ser confundida com uma depressão ou, pode fazer com que a depressão passe despercebida. A depressão é comum entre pessoas com doença de Parkinson. Por fim, o semblante apresenta o olhar perdido, a boca aberta e a pálpebra caída. Por vezes, os indivíduos babam ou se engasgam, porque os músculos na face e na garganta estão rígidos, tornando difícil a deglutição. Os pacientes costumam falar lentamente, com uma voz monótona, e por vezes gaguejam, devido à dificuldade que têm em articular as palavras.
A doença de Parkinson também causa outros sintomas:
Problemas de sono, incluindo insônia, são comuns, frequentemente porque a pessoa precisa urinar com frequência ou porque os sintomas pioram durante a noite, dificultando a pessoa se virar na cama. É comum o desenvolvimento da disfunção do sono associado ao movimento rápido dos olhos (REM). Nesta doença, os membros, que normalmente não se movem no sono REM, podem se mover de modo violento e súbito porque as pessoas estão agindo conforme em seus sonhos, às vezes, até machucando o(a) companheiro(a). A falta de sono pode contribuir para a depressão, capacidade de pensamento afetada e sonolência durante o dia.
Problemas para urinar podem ocorrer. Pode ser difícil começar a urinar e continuar (chamada hesitação urinária). As pessoas podem apresentar uma necessidade compulsória para urinar (urgência). Incontinência é comum.
Pode haver dificuldade em engolir, pois o esôfago pode mover seu conteúdo mais lentamente. Como resultado, as pessoas podem inalar (aspirar) secreções da boca que comem ou líquidos que bebem. A aspiração pode causar pneumonia.
A constipação intestinal pode se desenvolver, pois o intestino pode mover seu conteúdo mais lentamente.
Pode ocorrer uma redução súbita e excessiva na pressão sanguínea quando uma pessoa fica de pé.
As escamas (dermatite seborreica) se desenvolvem geralmente no couro cabeludo e no rosto e, às vezes, em outras áreas.
Perda de olfato é comum, mas o paciente pode não perceber.
Em aproximadamente um terço das pessoas com a doença de Parkinson ocorre demência, geralmente em uma fase posterior da doença. Em muitas outras, o pensamento é comprometido.
Pode haver desenvolvimento de depressão, algumas vezes anos antes de as pessoas apresentarem problemas com movimentos. A depressão tende a piorar conforme a doença de Parkinson se torna mais grave. A depressão também pode fazer com que os problemas de movimentos piorem.
Alucinações, delírios e paranoia podem ocorrer, particularmente se a demência se desenvolve. O paciente pode ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações) ou firmemente manter determinadas crenças ao invés de claras evidências que as contradigam (delírios). Pode se tornar desconfiada e pensar que outras pessoas apresentam a intenção de machucá-lo (paranoia). Esses sintomas são considerados sintomas psicóticos, uma vez que representam a perda de contato com a realidade. Apresentar esses sintomas aumenta o risco de falecimento.
Diagnóstico
É feito por avaliação médica com especialista em neurologia.
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética ajudam a concluir o diagnóstico.
Medidas gerais para os pacientes
Algumas medidas simples podem ajudar a manter a mobilidade e a independência:
Continuar fazendo o máximo de atividades diárias possível
Seguir um programa de exercício regular
Simplificar as tarefas diárias – como substituir os botões da roupa por velcro ou comprando sapatos com zíper
Usar dispositivos de assistência, como puxadores de zíper e ganchos para botões
Retirar os tapetes para evitar que tropecem
Instalar barras de apoio nos banheiros e corrimão nos corredores e outros locais para reduzir o risco de quedas
Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais podem ajudar as pessoas a incorporarem essas medidas em suas atividades diárias e também recomendar exercícios para melhorar o tônus muscular e manter o movimento. Os terapeutas também podem recomendar auxílio médico, como andadores com roda, para ajudar a manter a independência do paciente.
Para a constipação intestinal, pode ajudar:
Consumir dieta com alto teor de fibra, incluindo alimentos como ameixa e sucos de fruta
Exercitar-se
Beber mais água
Usar laxantes ou suplementos para manter a regularidade do intestino
A dificuldade em engolir pode limitar a ingestão de alimentos, então a dieta tem que ser nutritiva. Esforçar-se para inalar mais profundamente tende a melhorar a capacidade de perceber os odores e acentua o apetite.
Tópicos importantes neste artigo:
A doença de Parkinson surge da degeneração na parte do cérebro que auxilia a coordenação de movimentos.
Frequentemente, o sintoma mais óbvio é um tremor que ocorre quando os músculos estão relaxados.
Os músculos ficam rígidos, os movimentos se tornam lentos e descoordenados e perde-se facilmente o equilíbrio.
Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas.
Medidas gerais (como simplificar tarefas diárias), medicamentos (receitados pelo médico) e, às vezes, cirurgia podem ajudar, mas a doença é progressiva, por fim causando incapacidade grave e imobilização.
Busque ajuda para o seu familiar. A Dra. Natalia Camillo é neurologista e atende casos de pacientes com doença de Parkinson. Ela oferece consulta em três modalidades: presencial, telemedicina e domiciliar para o conforto dos pacientes.
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